21 de março de 2009

CLXI - União Mística

«Se não houvesse a tenebrosa obscuridade do mundo físico, apareceria seguramente em toda a claridade a luz do mistério divino. Se não houvesse a tentação sedutora da concupiscência sensível, decerto que se ergueria o véu. Se não houvesse as afeições terrestres, é certo que as realida­des espirituais se revelariam. Se não houvesse as causas criadas, brilharia em toda a luz a divina omnipotência. Se não houvesse o esforço, é seguro que a gnose seria pura e clara. Se não houvesse a avidez do desejo, é indubitável que o amor divino se enraizaria fortemente na alma. Se não restassem ainda algumas afeições terrestres, certamen­te que o amor apaixonado de Deus consumaria os espíri­tos. Se não houvesse erro da parte do servidor, é certo que o Senhor seria contemplado.
Por isso, quando os véus caem, pela interrupção destas causas ocasionais, e os obs­táculos são suprimidos, pela amputação destas afeições terrestres, acontece o que já disse o poeta:

»Um segredo te foi revelado que durante muito tempo te havia sido escondido; uma aurora brilhou da qual tu eras a obscuridade.
»Tu és de facto o véu que esconde ao teu próprio coração o segredo do seu mistério, pois sem ti o teu selo não se gravaria no teu coração para o esconder.
»Se te ausentas do teu coração, ele instala-se aí e as suas temas elevam-se sobre o cimo da santa revelação.
»E produz-se um divino colóquio cuja audição nunca enfastia e cuja prosa e versos se nos tomam ardentemente desejáveis.»

Ibn al-Aîf
Mahâsin al-majalis
(místico Sufi)

5 de março de 2009

CLX - um dia vou ser dono de mim

“Da última vez que estive aqui, não aguentei muito tempo, porque senti que parte de mim estava na rua. (…) Mas este tempo lá fora deu para obter algumas respostas que procurava (…) Sei que já quis ser veterinário, arqueólogo ou ir para Angola. Agora, é diferente. Não sei porquê, mas agora sinto que sou uma pessoa mais alegre e mais correcta com os outros. Sei que ainda vou chorar e bater com a cabeça, mas um dia vou ser dono de mim”

P. A Casa do Vale

Reportagem televisiva:
http://sic.aeiou.pt/programasInformacao/scripts/videoplayer.aspx?ch=reportagem%20especial&videoId={E88216B5-C03E-42BD-B1FB-06EA003F3183}

A Casa do Vale abriu as suas portas no dia 16 de Fevereiro de 2004. Situa-se no Porto, no vale da Campanhã e destina-se ao acolhimento de adolescentes com idades compreendidas entre os 12 e os 18 anos. O Centro foi projectado e construído de raiz e está vocacionado para acolher 14 jovens do sexo masculino. Em cooperação com a Câmara Municipal da cidade, a instituição visa suprir uma lacuna existente em matéria de protecção de jovens e adolescentes em perigo. Desde uma fase inicial que o G.A.S.Porto colabora voluntariamente com esta instituição.