7 de junho de 2007

CXII - antes Apreciar do que Obedecer


Apreciação, não obediência, precisa ser o elemento definidor do comportamento.

Apreciando, organiza-se pelo prazer e não pelo medo, o que eleva e mesmo muda radicalmente a qualidade do resultado.

A obediência acontece sempre num contexto de transferência de autoridade, entrega da vontade e cerceamento da liberdade, o que descaracteriza o comportamento, pois cria nele um abismo entre a realidade interior e a prática social.

A apreciação harmoniza o espírito e a prática.

Na apreciação também cabe, muitas vezes, o esforço e a negação de certos desejos por outros, que a longo prazo provam ser mais vantajosos coletivamente. Mesmo assim, a apreciação não nega o indivíduo e nem elimina a sua vontade.


A obediência é provocada pelo mandamento e não permite questionamento.
A apreciação vem da natureza, da curiosidade, da educação, da espiritualização e da partilha.

Um pode provocar a apreciação do outro, chamar á sua atenção, mostrando, dialogando e convencendo, mas nunca impondo.

Na organização social a apreciação do bem-estar em diferentes graus de agrupamento ou individual, pode originar convenções normativas que têm valor específico mas limitado, nunca podem vir armadas de ameaças letais. A restrição de rumos podem ser convencionadas dentro dos limites claros sem nunca matar ou definitivamente excluir qualquer um.
Essas convenções devem ser limitadas em número, alcance e duração.
O ensino via escola, arte e religião deve substituir o mandato da lei.

Apreciar é viver, obedecer é morrer socialmente.

Asha