CXXV - mapas
Uma coisa é o mapa que serve de referência ao viajante, que ele consulta ao longo do percurso, ou que estuda antes de empreender a viagem.
Outra coisa é o mapa que o viajante desenha enquanto viaja.
Na verdade, o viajante experimenta outras direcções, outras velocidades e outros repousos, funda outras escalas, isto é, constrói um mapa diferente daquele outro que lhe serve de guia.
Outra coisa é o mapa que o viajante desenha enquanto viaja.
Na verdade, o viajante experimenta outras direcções, outras velocidades e outros repousos, funda outras escalas, isto é, constrói um mapa diferente daquele outro que lhe serve de guia.
Há pois o mapa de viagem e o mapa-viajante.
É possível que existam diferentes espécies de viajantes.
Há os que planificam a viagem a partir de um mapa pré-existente e “esvoaçam” até à exaustão na esperança de tornarem o seu mapa-viajante o mais semelhante possível com o mapa de viagem que escolheram previamente. Mas existem também os que consultando certamente mapas de viagem se abandonam aos fluxos da viagem, aos imponderáveis do percurso, aos seus acidentes próprios desenhados em sincronia com as contingências da viagem; o mapa-viajante tem a sua sede no caminho do viajante, não na estrada mas no corpo, nas esquinas dos sorrisos, nos cansaços, nas horas das sedes, na poeira alegre ou triste, nas tibiezas de quem ao certo não sabe, nas luzes das conversas que ficam, nos pensamentos-entroncamentos do centro da praça, na irrefutabilidade dos passos...
A viagem. De todos. De todos os dias.
É possível que existam diferentes espécies de viajantes.
Há os que planificam a viagem a partir de um mapa pré-existente e “esvoaçam” até à exaustão na esperança de tornarem o seu mapa-viajante o mais semelhante possível com o mapa de viagem que escolheram previamente. Mas existem também os que consultando certamente mapas de viagem se abandonam aos fluxos da viagem, aos imponderáveis do percurso, aos seus acidentes próprios desenhados em sincronia com as contingências da viagem; o mapa-viajante tem a sua sede no caminho do viajante, não na estrada mas no corpo, nas esquinas dos sorrisos, nos cansaços, nas horas das sedes, na poeira alegre ou triste, nas tibiezas de quem ao certo não sabe, nas luzes das conversas que ficam, nos pensamentos-entroncamentos do centro da praça, na irrefutabilidade dos passos...
A viagem. De todos. De todos os dias.