CXXI - padrões de associação

Do modo como o nosso cérebro funciona, só conseguimos ver o que acreditamos ser possível. Os padrões de associação já existem dentro de nós através do condicionamento: "quando os índios americanos das ilhas caribenhas viram as naus de Colombo aproximarem-se, na verdade não conseguiam ver nada no horizonte, pois as naus não eram parecidas com nada que tivessem visto antes. Os cérebros dos nativos não tinham experiência de que os navios existiam. O xamã começa a notar ondulações no Oceano, mesmo não vendo nada, imagina quais as possíveis causas daquele fenómeno, e nada, intrigado pela inquietação, observa o mar dias a fio, até que consegue ver as naus. Quando as vê, depressa conta a todos os membros da sua tribo que as naus estavam lá. Como todos confiavam e acreditavam nele, também passam a conseguir enxergar as naus." É possível que os nossos olhos enxerguem mais do que o nosso cérebro tenha a habilidade de conscientemente projectar?

"what the bleep do we know!?"

CXX

CXIX - viver com ilusões permanentes

“As fantasias tirânicas da nossa própria perfeição infiltram-se até nos ideais mais simples, Darwin e Freud de mãos dadas, para que qualquer ideal possa tornar-se em mais uma desculpa para o castigo. As vidas dominadas por ideais impossíveis, como honestidade total, conhecimento absoluto, felicidade perfeita e amor eterno, são vivenciadas como um fracasso contínuo.”

"Darwin`s Worms", Adam Phillips