XXXVI - Prima Vera
Gostava de morrer flor
Numa vida sacrificada
Por uma mão que ama.
Numa vida santificada
Por uma calma na alma.
Gostava de morrer flor
Oferecida por amor.
-Vida arrancada num só gemido-
Flor a morrer.
Amor a crescer.
Assim, eu, flor moribunda,
Esvaída numa morte tonta e zonza,
Oferecida por amor,
Esvanecida num fim supremo,
Acho-me no meu destino:
No beijo dos amores, na beleza dos odores,
Na simplicidade das minhas cores.
Moribunda, moribunda...
No colo do teu calor,
Eu, ainda flor, adormeço pelo teu ardor.
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