23 de outubro de 2006

LXXIII - O Mistério das Mãos


I
As Mãos prestam-se a gestos altamente construtivos.

Mãos juntas, acompanhando a oração: penso de modo especial, nas mãozinhas das crianças que a jovem mãe junta quando a ensina rezar, e as mãos trémulas dos velhinhos, que pedem para os seus filhos e netos ausentes...
Mãos de cirurgião, que salvam vidas...
Mãos calejadas de trabalhadores, quase sempre mal remuneradas...
Mãos de músicos, que nos deleitam, nos transportam para além do tempo e do espaço...
Mãos que espalham sementes que se tornam alimento, e sementes de amor, de esperança e de paz...
Mãos de pintores e escritores, que se esforçam para não trair os sonhos de beleza que se aninham no pensamento e no coração...
Mãos de linotipistas que compõem os jornais com a síntese do dia em que estamos e dos grandes acontecimentos de qualquer parte do mundo...
Mãos que acariciam: mãos de mães, mãos de namorados, mãos de esposos, mãos de irmãos, mãos de amigos...


II
Seria fácil continuar a enumeração.

Mas é importante recordar também que as mãos, capazes de tanta grandeza e de tanta beleza, espalham igualmente a desolação, o medo e a morte.

mãos que se fecham, egoístas e avaras.
mãos que se encrespam, cheias de ódio.
mãos que fecham a porta a quem necessita entrar, merece entrar.
mãos preguiçosas.
mãos ditadoras.
mãos que roubam.
mãos que maltratam e raptam pessoas.
mãos que lançam bombas arrasadoras, inclusive bombas que queimam inocentes vivos...


III
Que nossas mãos estejam sempre ao Serviço do Bem, da Justiça e da Beleza.

Que nossas mãos, à imitação das de Jesus (o aniversariante do momento!!!), sejam semeadoras de tranquilidade, de esperança, de amor e de paz.

Dom Elder Câmara



Pois, são as Mãos – são principalmente elas – que no amor se abrem



Bom Natal