LXVII - Outras Notícias de Moçambique
Fios entrelaçados
Alguém que gosta muito de alguém diz a Outro Alguém, “Gosto muito de estar contigo! Fazes-me lembrar Alguém de quem eu Gosto Muito...”
O Outro Alguém sorri e repara na importância que alguém de quem se gosta muito tem na vida de alguém. Repara também no agradável sabor que pode ter uma comparação, ou de como um sabor agradável pode desencobrir um antigo traço na memória.
Alguém e Outro Alguém estão de mãos apertadas.
Alguém de quem Alguém Gosta Muito não está presente e nem conhecido é pelo Outro Alguém.
O Outro Alguém não consegue evitar o seguinte esboço poético:
... a vida, fios entrelaçados...
Nesse momento o Outro Alguém não sabe (nem nunca saberá) o que Alguém pensa.
Talvez outro verso.
Por entre os fios apertados ou mãos entrelaçadas notou-se um olhar, um sentido, um abrigo ou outra coisa qualquer – desde que seja uma coisa que caiba dentro de um búzio colhido na praia e perdido num bolso.
Talvez o outro verso em que Alguém pensa, talvez nem um verso seja mas um simples Xikanwe*.
Outros alguéns (e isto para não dizer o nome de ninguém) também entrelaçados no olhar que se notou entre Alguém e Outro Alguém, advinham no rosto uns dos outros um franco e enluarado risco branco ; o barco de marfim que vai rasgando a noite.
* Xikanwe: estamos juntos
Alguém que gosta muito de alguém diz a Outro Alguém, “Gosto muito de estar contigo! Fazes-me lembrar Alguém de quem eu Gosto Muito...”
O Outro Alguém sorri e repara na importância que alguém de quem se gosta muito tem na vida de alguém. Repara também no agradável sabor que pode ter uma comparação, ou de como um sabor agradável pode desencobrir um antigo traço na memória.
Alguém e Outro Alguém estão de mãos apertadas.
Alguém de quem Alguém Gosta Muito não está presente e nem conhecido é pelo Outro Alguém.
O Outro Alguém não consegue evitar o seguinte esboço poético:
... a vida, fios entrelaçados...
Nesse momento o Outro Alguém não sabe (nem nunca saberá) o que Alguém pensa.
Talvez outro verso.
Por entre os fios apertados ou mãos entrelaçadas notou-se um olhar, um sentido, um abrigo ou outra coisa qualquer – desde que seja uma coisa que caiba dentro de um búzio colhido na praia e perdido num bolso.
Talvez o outro verso em que Alguém pensa, talvez nem um verso seja mas um simples Xikanwe*.
Outros alguéns (e isto para não dizer o nome de ninguém) também entrelaçados no olhar que se notou entre Alguém e Outro Alguém, advinham no rosto uns dos outros um franco e enluarado risco branco ; o barco de marfim que vai rasgando a noite.
* Xikanwe: estamos juntos
2 Comments:
Xikanwe
XIKANWE pra ti também, e já agora, citando outro alguém: "NAMASTÉ", ou ainda "SHALOM"
Será a certeza liberta, pelo rasgo de outros contactos, com mundos e gentes, pelo desplante das raízes para as plantar em vaso maior, que nos obriga a lembrar do q somos feitos e a encontrar o factor comum q nos une?
Tou aqui e tou aí ?
Sou branco e sou preto?
Há algo de mim, noutro alguém, q te faz lembrar de ti, que te faz lembrar de mim?
Afinal aí também há terra e as sementes das nossas vidas também podem germinar?
Que andas a fazer?
Descobriste algo novo? Não queres partilhar?
Deixas-me ver com os teus olhos?
Podes-me fazer um desenho?
Porquê?
Tens saudades?
XIKANWE
Enviar um comentário
<< Home