20 de setembro de 2006

XXIV - Pai Natal: o meu Super-Herói preferido.

Era uma vez um Ego que não gostava do Natal.
Era um Ego banal; trabalhava e tinha família como toda a gente da sua idade. Era um trabalhador afincado, chegava a casa sempre cansado. Aparentemente era um Ego de sucesso, mas não gostava do Natal... Não gostava do Natal por esta época de ano ser propícia a uma certa dimensão de compaixão, à qual não estava habituado. Sentia-se quase nu e envergonhado sempre que tinha de retribuir a um “Bom Natal”. Sentia-se desconfortável sempre que tinha de se apresentar tal “como se é”, sem assuntos de negócios, sem estratégias para o futuro... Enfim, era mais fácil falar da conjectura macroeconómica do que falar do que se sente! Todo aquele ambiente de comunhão e de proximidade enervavam-no e obrigavam-no a reconhecer que ouvir o coração não era o seu forte. Não estava, de facto, habituado! Na noite da ceia escondia-se atrás daquilo que podia: atrás de um trago de vinho, de um sorriso sem sentido, ou na ilusória atenção ás conversas dos outros. Tudo fazia para fugir ao “troco” de um elogio afectuoso.
Oferecia presentes na esperança de ninguém notar o seu constrangimento. Não sabia dizer ás pessoas, de outra maneira, o quanto gostava delas. Ás vezes, enquanto pensava nestes assuntos, nem sabia ao certo o que era “gostar” das pessoas. E este tipo de pensamentos, já muito próximos da tal dimensão de compaixão, assustavam-no e mostravam-lhe as suas fragilidades. No fundo não gostava de não gostar do Natal. Tinha pena! Tinha pena, este Ego, de não gostar do Natal. Seria um estrangeiro no seu próprio coração?


De facto, o Natal não foi feito para Egos!

O Natal só faz sentido para os que acreditam na virtuosidade do Pai Natal; aquele que dá, aquele que está atento, aquele que nunca se esquece, aquele que nos conhece.
O Natal é um espaço de amor e de esperança, onde nasce o Menino Jesus e onde, de Natal em Natal, renascemos todos nós.


Desejos de um Natal (Renascimento) com coração e com Jesus.