29 de fevereiro de 2008

CXXXI - avós


Uma avó é uma mulher que não tem filhos, por isso gosta dos filhos dos outros. Que não tem nada para fazer, é só estarem ali. Quando nos levam a passear, andam devagar e não pisam as flores bonitas nem as lagartas. Nunca dizem "Despacha-te!". Normalmente são gordas, mas mesmo assim conseguem apertar-nos os sapatos. Sabem sempre que a gente quer mais uma fatia de bolo ou uma fatia maior. Usam óculos e às vezes até conseguem tirar os dentes. Quando nos contam histórias, nunca saltam bocados e nunca se importam de contar a mesma história várias vezes. As avós são pessoas grandes que tem sempre tempo. Não são tão fracas como dizem, apesar de morrerem mais vezes do que nós. Toda a gente deve fazer o possível por ter uma avó, sobretudo se não se tiver televisão.

texto escrito por uma menina de 8 anos (que infelizmente não sei o nome), publicado no "Jornal do Cartaxo"

17 Comments:

Blogger joquinhas said...

Que bom que é sorrir espontaneamente com palavras tão sinceras e simples. Gosto de sorrir. Gosto da sinceridade. E gosto das coisas simples:)

sexta-feira, fevereiro 29, 2008 2:22:00 da tarde  
Blogger hugo37 said...

Que posso eu fazer para ter uma avó???
Deito já as televisões ao lixo, juro!!
Tomara tivesse tido mais tempo...tomara tivesse apreciado mais...tomara que eu tivesse uma máquina do tempo e assim mesmo, com este nó na garganta e olhos molhados pudesse aparecer naquele pátio solarengo só mais uma vez e agarrar-me a ela só mais um bocadinho, com muita força e sentir aquele cheirinho a sabão e mãos asperas, ver aqueles dedos tortos e unhas curtinhas e pele enrugada e cabelo branco e sorriso desdentado a perguntar-me mais uma vez se eu ia ter saudades quando ela morresse.......tantas, nem eu podia imaginar quantas, bó...

sexta-feira, fevereiro 29, 2008 3:08:00 da tarde  
Blogger ...QUE VOA... said...

crescemos com esta ideia, mas por vezes...as avós existem só na televisão. nao tive avó que me contasse história, tenho avó que me xama pa a levar ao medico e muitas vezes nao vou. o medo de a perder é tanto que prefiro não vê-la. longe da vista longe do coração.

sábado, março 01, 2008 3:43:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O meu neto é muito especial, não me telefona para não aumentar a saudade.Bela desculpa!

domingo, março 02, 2008 11:27:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Quando nasci, as minhas avós já tinham falecido. pensei muitas vezes como seria ter uma pessoa assim como esta que é descrita por esta menina. Acho que ainda devo fazer os possiveis por ter uma avó :)

Beijinho Artur!

Susana (gasporto)

segunda-feira, março 03, 2008 12:15:00 da manhã  
Blogger pasta7 said...

Susana! Que bom sentir o teu carinho poisado neste beiral! Beijinho também para ti. Muitos.

p.s: espero que, pelo menos, tenhas televisão (e que não a uses em demasia)... hehehe...

segunda-feira, março 03, 2008 2:01:00 da manhã  
Blogger pasta7 said...

querido hugo37,
já tanto falamos deste assunto. e muito me chamou a atenção a CORRENTE DE AMOR da tua opinião. aprendo contigo. abraço.

segunda-feira, março 03, 2008 2:06:00 da manhã  
Blogger pasta7 said...

joquinhas,
sê bem-vinda, e se poderes, ensina-me a ser constantemente SIMPLES. volta sempre.

segunda-feira, março 03, 2008 2:08:00 da manhã  
Blogger pasta7 said...

...que voa...
vamos ter que ter uma conversinha... hehehe... beijoquinha

segunda-feira, março 03, 2008 2:10:00 da manhã  
Blogger hugo37 said...

que voa, já agora, se não me levas a mal, estranho muito o que dizes...
O medo de a perder é tanto que já a perdeste por opção!! Deixa para Deus o que é de Deus...
...Longe da vista, longe do coração??? Haverá maior mentira no mundo??? A palavra saudade não faria sentido, nem doía tanto no coração.
Emprestas-me a tua avó??

segunda-feira, março 03, 2008 12:09:00 da tarde  
Blogger ...QUE VOA... said...

é mais forte que eu não explicar o porquê da minha escrita. nao foi à toa e acredito, sinceramente, que nada acontece por acaso. Acredito mesmo! E realmente nao foi por acaso que escrevi se calhar, a coisa mais sincera que possa ter escrito até hoje. O que me dizem fez eco e passo a explicar no meu blogue. Desculpem por ter escrito a verdade (nao estou a ironisar). Falo, ou melhor escrevo de coração.

terça-feira, março 04, 2008 2:41:00 da manhã  
Blogger pasta7 said...

Querida ...que voa...,
os homens não se medem aos palmos, nem com palmos se medem os obstáculos que surgem aos homens. O homem mede-se pela maneira como ultrapassa os seus obstáculos. MUITOS PARABÉNS e MUITO RECONHECIMENTO pela dignidade que demonstraste na superação deste teu obstáculo. Digo isto, não com as certezas na voz do juíz, nem com piedade pelo julgado; digo, o que tu dizes; digo, aconteceu "QUINTA-ESSÊNCIA", verdadeira comunicação, partilha, experiência, caminho, amizade; aconteceu EXEMPLO.
"Quem atira a primeira pedra?"
Estamos juntos!

terça-feira, março 04, 2008 4:59:00 da manhã  
Blogger pasta7 said...

...que voa...,
como é fisicamente impossível
dar-te -neste preciso instante- um abraço -embora saiba que o estás a receber- e sabendo que gostas muito da música que toca aqui, a ti a dedico, a ti e à tua avó. Não é muito, mas é!

terça-feira, março 04, 2008 5:09:00 da manhã  
Blogger ...QUE VOA... said...

Senti mesmo o teu abraço
Senti-te mesmo aqui
És-me mesmo especial
Gosto muito de ti.
A rima é o meu troco
Depois da musica dedicada
Tu que me conheces sabes
O quanto fiquei babada.
É sempre bom receber mimimnhos
Depois de um dia como este
Estou cansada, vou dormir
Obrigada pelo apoio que me deste.
Deste, dás e darás
Jamais te deixarei fugir
Com muito amor me despeço,
Um beijinho, vou dormir!

terça-feira, março 04, 2008 5:43:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

A joaninha que voa...voa
tem alma de poeta,
que grande descoberta!
Já lhe conhecia o sofá
Ora dá, ora não
mas grande coração
Tem cama para dormir
E só nos faz sorrir
Não rima lá muito bem
mas não a deixo fugir
Joaninha voa...voa
que eu ainda me vou rir

terça-feira, março 04, 2008 7:30:00 da manhã  
Blogger Unknown said...

Obrigada querido Artur...
a simplicidade é de facto um dom... somos ricos quando olhamos para o que temos com olhos simples, nao é? assim vemos melhor o valor que as coisas têm...
também nao tenho nenhum avô, nem nenhuma avó, mas tenho tido a felicidade e a facilidade de ir encontrando alguns avós "emprestados" que me cativaram e me deixaram cativá-los...
obrigada por me teres permtido lembrá-los... :)
beijinhos do coração...

quinta-feira, março 06, 2008 8:01:00 da tarde  
Blogger hugo37 said...

Uffffffuuuiii, que delicia....
Beijinhos do coração???
Senta aqui que o abozinho vai-te contar uma historinha, minha rica menina!!!!
Hihihihihi.....
Abraços e beijos com o maior respeito.
Foi só um desabafo de um gajo bem disposto com uma mente preversa. Não me levem a mal...

sexta-feira, março 07, 2008 1:05:00 da tarde  

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